Pedro Rodrigues Ribeiro, investigador do Human Neurobehavioral Laboratory da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, Porto. Nem sempre se pode pedir ao consumidor que faça escolhas na prateleira do supermercado ou na loja de pronto a vestir com base apenas na consciência do impacto ambiental daquele produto.
No centro do muito discutido desenvolvimento sustentável está uma figura que raramente protagoniza esses debates: o consumidor. Ao exercer a sua atividade de consumo e o seu direito de escolha, ele consegue ter grande influência no rumo das economias. Mas, nem sempre se pode pedir ao consumidor que faça escolhas na prateleira do supermercado ou na loja de pronto a vestir com base apenas na consciência do impacto ambiental daquele produto. Especialmente em alturas de maior dificuldade económica, essa opção torna-se, com frequência, inviável.
Consumismo ético na base do desenvolvimento sustentável
No entanto, o ato da compra está longe de esgotar o arsenal de comportamentos de consumo ético, que incluem, por exemplo, reparar, reutilizar ou praticar o upcyclin (transformar artigos que já não são úteis para criar valor) antes de pensar em reciclar ou, ainda pior, descartá-los em vez de tentar estender o seu ciclo de vida.