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Patrícia Oliveira-Silva: "Por que razão o seu cérebro odeia o fim das férias?"

Sexta-feira, Setembro 5, 2025 - 17:51
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Notícias ao Minuto

Artigo de opinião de Patrícia Oliveira-Silva, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto e diretora do Human Neurobehavioral Laboratory.

"Com o fim das férias, emerge uma sensação subtil de mal-estar. Não, não é preguiça, é apenas o cérebro a fazer o que tem de fazer. Garanto-lhe como neurocientista que é pura neurofisiologia.

Hoje sabemos, através das neurociências, que durante o repouso a mente não 'desliga', como tantas vezes se pensa. Pelo contrário, entram em funcionamento o modo de repouso cerebral, ou Default Mode Network. Longe de ser apenas um capricho, o repouso mental ativa um mecanismo cerebral quando nos permitimos divagar, não por distração, mas por necessidade fisiológica de reorganizar memórias e emoções. É nesse estado que, paradoxalmente, o cérebro nos ajuda a consolidar o que aprendemos, metabolizar as emoções mais intensas e até nos oferece aquela lucidez que tantas vezes procuramos para as decisões mais difíceis. O repouso ativo, aquele onde a mente divaga, é essencial para integrar memórias e atribuir significado às experiências. Mas o imperativo moderno da produtividade levou-nos a confundir movimento constante com realização e eficácia. A ciência diz-nos outra coisa: não descansamos apenas para recuperar a energia física. Também descansamos para dar coerência ao que sentimos e vivemos".

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