A licenciatura em Psicologia na Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa (FEP-UCP) foi o ponto de viragem que preparou Raquel Claro para uma carreira académica internacional de excelência.
Raquel Claro concluiu a licenciatura em Psicologia na Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa (FEP-UCP), no Porto, com distinção. Hoje, é mestre em “Neuroscience and Cognition” pela Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, onde se encontra a desenvolver investigação avançada em neurociência comportamental. O seu percurso académico revela-se não só uma história de sucesso, mas também um testemunho claro do impacto transformador da formação recebida na FEP-UCP.
"Escolher a FEP-UCP foi uma das decisões mais acertadas (e felizes) da minha vida", afirma Raquel, reconhecendo que a formação exigente, mas equilibrada, da licenciatura lhe permitiu desenvolver uma visão ampla e interdisciplinar da Psicologia. Uma base que viria a revelar-se essencial para os desafios de um mestrado internacional de elevado rigor científico.
Uma formação com raízes profundas
Durante o curso de Psicologia, Raquel contactou com áreas tão diversas como a Psicologia Clínica, Organizacional, Cognitiva ou do Desenvolvimento, com uma forte componente em métodos de investigação e estatística. Mas foi nas unidades curriculares de Neurociências que encontrou a resposta à pergunta que a inquietava: "De onde vêm, afinal, os fenómenos comportamentais?"
Essa inquietação transformou-se numa paixão pelas Neurociências e acabou por redefinir o seu caminho. "Foi um alívio intelectual poder compreender o comportamento humano a partir da atividade cerebral, dos circuitos neuronais, da biologia subjacente à experiência", conta. O fascínio pela complexidade do cérebro e a vontade de integrar métodos mais objetivos e tecnológicos no estudo do comportamento humano tornaram-se a base da sua escolha académica.
Professores da Faculdade de Educação e Psicologia que deixaram marca
Ao longo do percurso na FEP-UCP, dois nomes foram especialmente marcantes para Raquel: o das docentes Patrícia Oliveira-Silva e Maria Carmo Carvalho. A primeira pela forma apaixonada e acessível com que ensinava conteúdos complexos; a segunda pela profundidade crítica com que articulava fenómenos sociais, históricos e psicológicos.
"Com a Professora Patrícia aprendi, não só os fundamentos das Neurociências, mas também uma forma apaixonada de comunicar ciência. Com a Professora M. Carmo Carvalho, ganhei um novo entendimento do crime, do criminoso e da vítima, e compreendi o impacto da construção social da norma e da transgressão. Ambas foram modelos de rigor académico, mas também de empatia, proximidade e paixão - valores que levo comigo e procuro replicar”, sublinha.
A oportunidade de ser investigadora desde o primeiro ano
A ligação à investigação começou cedo, ainda no primeiro ano da licenciatura, quando integrou o Human Neurobehavioral Laboratory (HNL) da Faculdade de Educação e Psicologia. Esta experiência “precoce” em projetos de investigação real permitiu-lhe contactar com metodologias avançadas — como recolha de dados neuropsicofisiológicos — e cimentar a sua vocação científica.
Mais tarde, já no mestrado em Utrecht, as competências adquiridas na FEP-UCP, nomeadamente em SPSS, estatística, entrevistas e análise de dados quantitativos, revelaram-se diferenciadoras. “As competências estatísticas e metodológicas que adquiri na licenciatura foram uma mais-valia no mestrado”, afirma.
O futuro: fazer ciência com impacto social
Com uma proposta de doutoramento já submetida à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Raquel pretende estudar os limites dos défices de reconhecimento de expressões faciais em pessoas com traços de psicopatia, através do estudo de dois núcleos específicos da amígdala - o basolateral e o central - utilizando técnicas avançadas de neuroimagem.
"Espero regressar a Portugal para partilhar esse conhecimento e inspirar novas gerações de psicólogos e neurocientistas portugueses. O meu objetivo é formar novos investigadores, promover a divulgação científica acessível e contribuir para uma investigação rigorosa que tenha um impacto real na qualidade de vida das pessoas", avança.
Um conselho para quem está a começar
A mensagem de Raquel para os estudantes que estão agora a iniciar a Licenciatura em Psicologia na FEP-UCP é clara: “sejam proativos, não tenham medo de sair da zona de conforto e explorem temas que, à partida, parecem difíceis ou “fora do plano”. Façam todas as perguntas e permitam-se encantar-se pelo desconhecido. Muitas vezes, é aí que nascem as ligações mais valiosas. Sejam curiosos, apaixonados e críticos. O percurso académico é mais do que acumular conhecimento - é sobre aprender a pensar”, remata.