Actualmente, não se pode dizer que se está triste, desanimado, desiludido ou cansado. Dizem que não nos podemos queixar. Não nos podemos queixar?
Existe uma crescente fadiga da pandemia, que atravessa continentes e que afecta, progressivamente, a população mundial. Vivemos tempos excepcionais. Existem pessoas, profissionais, que estão na linha da frente, a trabalhar ininterruptamente há muitos meses. Exaustos e a darem o melhor de si. Assistimos, diariamente, a situações de desespero, pessoas a perderem familiares sem poderem deles despedir-se (ou a fazerem-no de uma forma muito difícil de vir a ser integrada), a perderem os seus empregos, sem nada poderem fazer. São perdas tangíveis, observáveis.
Além das anteriores, ou a acrescentar às anteriores, existem sonhos que não se concretizam, existem expectativas frustradas, pessoas a fazer “lutos” de fases da vida – vistas por muitos como únicas e que não voltarão – de rotinas perdidas ou de vidas antigas. São perdas intangíveis, mais difíceis de concretizar.
A explicitação das perdas intangíveis e do seu impacto é, muitas vezes, evitada por quem delas sofre por, na perspectiva de muitos, não terem “valor”, comparativamente com outras.
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