Artigo de opinião de António Fonseca, docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa.
No Dia Internacional do Idoso, “cuide do seu corpo como se fosse precisar dele por 100 anos!”.
Viver é mudar. Esta constatação é tão evidente que a tomamos por sinónimo de evolução, seja qual for a idade considerada. No entanto, a palavra mudança adquire um significado completamente diferente quando associada à infância ou à adolescência, ou quando a situamos na fase da vida a que chamamos “a idade adulta”. A começar pela aparência física, claro, mas também no plano psicológico e social. É que, apesar de sabermos hoje que o envelhecimento é um processo contínuo, sendo possível observar logo por volta dos 30 anos de idade um conjunto de alterações fisiológicas com implicações em diversos domínios do funcionamento individual, a verdade é que quando chegamos à velhice já ninguém mais nos leva a sério…
Na verdade, em qualquer altura da vida sabemos o que nos espera lá mais para a frente. Apesar de a ciência já nos ter demonstrado que a adoção de estilos de vida saudáveis aumenta a probabilidade de envelhecermos com mais qualidade de vida, é por volta da meia-idade que começamos a experimentar uma maior dificuldade em realizar coisas tão pequenas como subir um lanço de escadas mais íngreme, memorizar um número ou recordar um nome, ou tomar decisões com a rapidez de antes.