Qual a distinção entre medos normativos e medos patológicos nas crianças?
A diferença pode ser “assustadoramente” importante! Com o Halloween à porta, é normal que os medos façam parte das brincadeiras! Mas será que todos os medos das crianças são esperados?
Existem medos normativos:
- A pessoas estranhas, à separação das suas figuras de vinculação, a ruídos altos, ao escuro, à água, a animais pequenos, e a criaturas imaginárias (como fantasmas e monstros) ou outros eventos/objetos específicos que podem assustar, mas fazem parte do desenvolvimento infantil.
- Na maioria dos casos, estes medos parecem resultar de experiências quotidianas de crianças em crescimento e refletem as suas capacidades cognitivas e representacionais emergentes.
- Estes medos costumam ser passageiros e, na sua maioria, adaptativos.
Quando é que o medo se torna preocupante? Quando….
- É excessivo, desproporcional à etapa desenvolvimental e persiste durante muito tempo.
- Leva ao evitamento do(s) estímulo(s) que gera(m) medo.
- Causa muito sofrimento ou afeta o funcionamento adaptativo da criança (e.g., sono, escola, interações sociais, etc.).
Procurar ajuda de um psicólogo pode ser importante se o medo interferir na rotina ou causar grande sofrimento.
Neste Halloween, aproveite para falar sobre os medos com as crianças, acolher as suas emoções e preocupações e, se necessário, procurar orientação!
Referências Bibliográficas:
Ollendick, T. H., King, N. J., & Muris, P. (2002). Fears and phobias in children: Phenomenology, epidemiology, and etiology. Child and Adolescent Mental Health, 7(3), 98–106. https://doi.org/10.1111/1475-3588.00019
American Psychiatric Association (APA, 2023). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais: DSM-5-TR (5.ª ed.). Climepsi Editores.