Artigo de opinião por Vânia Sousa Lima, psicóloga e docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto.
Não os vi. Estava de férias na praia a fruir, sorrindo, tão só. Contou-me em lágrimas quem, tendo-os visto, interrompeu o seu trabalho no campo para os ajudar, tão sós.
Os não vistos: “O essencial é invisível aos olhos”
Não os vi, tão perto de mim e tão longe da fruição em que estava, ciente da afortunada que sou, mesmo sem os ter visto.
Os não vistos: “O essencial é invisível aos olhos”
Com cheiro a caril selvagem nas dunas, não os vi entre alfarrobeiras a inalar o pó que dos seus pés se levantava. Envolvida em perfume de maresia, não os vi inebriados pelo odor da serra.
