tem 27 anos e é natural de Vila do Conde. É alumna da Faculdade de Educação e Psicologia. Licenciada em Psicologia e mestre em Psicologia e Desenvolvimento de Recursos Humanos, o que a move são as Pessoas. O que é que a fascina na Psicologia do Trabalho? “O impacto do trabalho na nossa vida é muito grande.” Atualmente trabalha no departamento de Recursos Humanos do grupo Nors, a nível nacional.
Porquê estudar na Católica?
A minha irmã estudava Direito na Católica e o facto de ela gostar tanto acabou por ser uma grande influência para mim. Eu tinha as melhores referências da Universidade e, por isso, quando decido ir para Psicologia não hesitei em candidatar-me à Católica.
Quando é que surge a ideia de estudar Psicologia?
Eu queria ir para uma área onde pudesse ter um contacto próximo com pessoas. É aqui que surge a Psicologia. A vontade de trabalhar diretamente com pessoas, explorar o comportamento humano, é muito fascinante.
Depois de ingressar na licenciatura, o que é que descobriu sobre a Psicologia?
Descobri que a Psicologia é muito mais do que aquilo que nós imaginamos. Foi surpreendente! Entrei na licenciatura muito focada na Psicologia Clínica e sem saber que havia um outro mundo para descobrir. A Psicologia é muito diversa. Só percebemos isso quando começamos a estudá-la e a explorar todas as suas áreas.
Quando ingressa na licenciatura, vai com a ideia da Psicologia Clínica, mas, atualmente, trabalha na área dos Recursos Humanos.
Sim, foi uma das minhas grandes descobertas na licenciatura. Percebi que a área da Psicologia do Trabalho me cativava imenso. Foi no último ano da licenciatura que este gosto surgiu e a minha escolha pelo mestrado em Psicologia e Desenvolvimento de Recursos Humanos já teve em vista a oportunidade de explorar mais um futuro profissional em empresas.
O que é que a fascina nessa área?
O que me fascina é o facto de saber que o impacto do trabalho na nossa vida é muito grande. O trabalho influencia a forma como nos sentimos em geral, não só durante o horário de trabalho, mas também fora. Agrada-me muito saber que posso ajudar a contribuir para que mais pessoas se sintam bem nos seus trabalhos e para que haja instituições mais saudáveis e felizes para se trabalhar.
O que é que mais a marcou na Católica?
Os docentes têm muito impacto ao longo do curso e também nas experiências de trabalho que se seguem. Na Católica sentimo-nos realmente pessoas, recebemos atenção, há uma preocupação e um cuidado grande para com os alunos. Os professores são, verdadeiramente, atentos às nossas necessidades. Relativamente à área dos Recursos Humanos, a Católica ensinou-me a importância de estarmos atentos às pessoas. Temos de ouvir as pessoas, de estar lá com elas, seja num escritório ou em chão de fábrica, armazém ou indústria. Isto foi muito marcante para mim.
Porquê continuar na Católica no Mestrado?
Cheguei a estudar outras opções e a comparar as várias hipóteses. No fim, concluí que o Mestrado da Católica era mais completo, é um curso que nos coloca muito em contacto com o mundo das organizações. A faculdade tem imensas parcerias e isso faz toda a diferença nas oportunidades que vamos ter no futuro. O mestrado facilita-nos a entrada no mercado de trabalho. Para além disso, eu tinha a vantagem de já conhecer alguns professores da licenciatura e de poder fazer um percurso de continuidade. Não hesitei em continuar na Católica.
Que tema explorou na sua tese de mestrado?
A minha tese foi relacionada com a área das Neurociências. Estudei o impacto ao nível emocional que a diferente escrita de e-mails tem nas pessoas.
E-mails formais e não informais?
Sim, precisamente. Estudei o impacto nas pessoas de uma comunicação via e-mail formal e informal em ambiente laboral. Cada vez mais temos empresas que se enquadram ou numa área ou noutra. Fui tentar perceber em que é que resultavam estas duas linguagens. Pude concluir que em ambos os tipos de comunicação há um grande impacto. Os extremos acabam por ter um impacto maior. É com e-mails mais formais que os colaboradores acabam por sentir emoções mais fortes. Ora positivas, ora negativas. Acaba por ser um tema que realmente nos liga ao nosso dia-a-dia. Usamos o e-mail diariamente e estudar estes fenómenos pode ajudar a trazer mudanças positivas nos ambientes de trabalho.
Atualmente, trabalha no grupo Nors, no departamento de Recursos Humanos.
Trabalho para todas as empresas do grupo a nível nacional. Estou envolvida em vários temas da área de Pessoas. Recrutamento, desenvolvimento de pessoas, formação, entre outros. Trabalhar para pessoas acaba por ser muito gratificante. É um trabalho com um grande impacto e isso realiza-me imenso. É um privilégio poder acompanhar o percurso dos colaboradores, acompanhar também tudo o que são mudanças e crescimentos internos.
As Pessoas são cada vez mais uma maior preocupação para as empresas?
Sim, eu acho que sim, há uma evolução positiva, mas muito caminho a fazer. Acho que as empresas olham cada vez mais no sentido de perceber o que é que as pessoas precisam, o que é que as pessoas valorizam e o que é que podemos fazer por elas. Sente-se ao nível empresarial uma relação muito direta com o que é retenção de talento e, por isso, estes temas acabam por estar cada vez mais presentes no dia a dia.
Conseguimos definir o que é estar feliz no trabalho?
Depende obviamente de pessoa para pessoa, mas uma coisa é certa: é fundamental sentirmo-nos bem no trabalho. Há alguns aspetos e sinais para os quais devemos estar atentos. De manhã acordamos a sentimo-nos bem para irmos trabalhar? Este é um dos principais pontos que nos deve fazer refletir. A felicidade no trabalho tem a ver com a nossa capacidade de estarmos envolvidos com aquelas que são as nossas funções e sentirmo-nos realizados e desafiados e, claro, valorizados. São tudo aspetos muito importantes. Evidentemente que há dias melhores e dias piores. O importante é perceber qual é o sentimento generalizado. É muito importante estar-se atento aos sinais, perceber como é que nos sentimos no início do dia, no final do dia e até durante o fim de semana.
O que é que a move?
O que me move são as pessoas. São as pessoas que me fazem acordar todos os dias bem disposta.
Pessoas em Destaque é uma rubrica de entrevistas da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.