Press News & Events

E se, em vez de incluir, a escola “humilhar e marginalizar”, levando ao seu abandono?

Wednesday, July 10, 2024 - 16:57
Publication
Público

Livro Modo de Produção da Exclusão Social – Olhar a Escola a partir dos Excluídos, de Joaquim Azevedo, é apresentado esta quarta-feira, no Porto.

E se, em vez de incluir, a escola “humilhar e marginalizar”, levando ao seu abandono?

Desde 2013, quando criou o projecto socioeducativo Arco Maior, destinado aos jovens que abandonaram o ensino regular sem conseguirem concluir o 6.º, 9.º ou o 12.º anos, que o investigador e professor jubilado da Universidade Católica Joaquim Azevedo se questionava sobre o que tinha acontecido, para aqueles antigos alunos lhe terem chegado às mãos “completamente destruídos”. Foi analisar os seus processos escolares e as conclusões, devastadoras, estão agora publicadas: a escola, supostamente inclusiva, teve um papel preponderante no deslassamento daqueles alunos, para quem foi um espaço de “humilhação e marginalização”, levando-os a abandoná-la. E isso tem de mudar, diz.

É uma conclusão algo provocatória (o investigador sabe-o) e que será difícil de acatar para muitos, mas não seria essa a razão que levaria o especialista em Educação e ex-governante a ocultá-la. Pelo contrário. Joaquim Azevedo entendeu que as conclusões a que chegara eram tão urgentes que não podiam ficar escondidas num qualquer artigo científico, por isso verteu-as num livro: Modo de Produção da Exclusão Social – Olhar a Escola a partir dos Excluídos é apresentado esta quarta-feira, na Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, no Porto.

E o que lá se diz é que, apesar da enorme evolução do ensino em Portugal, que fez saltar, por exemplo, as percentagens de abandono escolar de 50% em 1992 para 8% em 2023 (ele desconfia que o valor real andará mais perto dos 10%, ainda assim), e que levou ao desenvolvimento de inúmeros projectos com vista a uma escola mais inclusiva, é ela, a escola, que tem também uma elevada responsabilidade em casos como aqueles que chegam ao Arco Maior, um espaço de “fim de linha”, como o investigador o descreve.

 

Leia o artigo na íntegra aqui.